Inflação: o que é

Inflação: o que é, IPCA, INPC, inflação pessoal, as causas da inflação, as consequências e deflação. Tudo neste material a seguir 🙂

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O que é inflação

Inflação é o nome dado ao aumento de preços de produtos e serviços.

Um índice de inflação sempre implica na diminuição do poder de compra de uma moeda.

Podemos perceber a inflação em uma simples ida ao supermercado: ao chegar lá, constatar que os preços estão diferentes de tempos atrás. Se estão mais caros, então podemos ter um indício de inflação.

A inflação é medida através de um percentual. Esse percentual é calculado com base em alguns índices que medem o aumento dos preços.

 

Cesta de produtos e serviços

A medida da inflação não é feita para todos os produtos e serviços existentes.

O cálculo é feito com base em uma pequena amostra que compõe uma cesta de produtos e serviços consumidos pela população.

Pela variação dos preços dos componentes desta cesta temos os índices que, no final, são usados para calcular a inflação.

A cesta é definida por uma pesquisa chamada Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). O órgão responsável por esta pesquisa é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dentre os critérios da pesquisa, é verificado o que a população consome e quanto do rendimento da família é gasto com cada produto.

São vários produtos que entram na avaliação. Dentre eles estão o arroz, feijão, passagem de ônibus, material escolar, médico e cinema.

 

IPCA e INPC

O IPCA e o INPC são índices mais importantes ao medir a inflação. Eles são calculados com base na cesta de produtos e serviços.

Ambos medem a variação dos preços.

Veja o comparativo abaixo. Olhando apenas para o significado, a única diferença é a palavra “amplo”. Mas a variação vai além disso:

INPC

Índice Nacional de Preços ao Consumidor

Engloba uma parcela maior da população.

Aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários-mínimos.

IPCA

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

Indica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários-mínimos.

Esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte, entre outros.

O Governo Federal utiliza este índice para determinar a inflação oficial no Brasil e como referência para as metas de inflação e alterações na taxa de juros.

 

Como o IPCA é calculado?

O IBGE realiza um levantamento todos os meses.

São levadas em conta 13 áreas urbanas do País e, aproximadamente, 430 mil preços em 30 mil locais.

Os preços são comparados com os valores do mês anterior.

O resultado é um único valor que reflete a variação geral de preços ao consumidor no período.

 

Outros índices

Além do IPCA e do INPC, o IBGE calcula outros índices de inflação:

IPCA-15

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15

A única diferença deste índice para o IPCA é o período de coleta.

Ele abrange o dia 16 do mês anterior até o dia 15 do mês atual.

Com este índice é possível calcular uma prévia da inflação para o próximo período.

IPCA-E

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial

Este índice mostra o IPCA-15 acumulado no trimestre.

IPP

Índice de preços ao Produtor – Indústrias Extrativas e de Transformação

Voltado para a indústria, mede a variação dos preços de venda recebidos pelos produtores de bens e serviços.

SINAPI

Sistema Nacional de Pesquisa de custos e Índices da Construção Civil

Produzido em conjunto com a Caixa Econômica Federal, tem por objetivo medir a variação dos preços para o setor habitacional e de construção.

Além dos índices listados acima, há outras instituições que também produzem índices de inflação:

IGP-M

Índice Geral de Preços do Mercado

Calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Normalmente este índice é usado para reajustes de contratos de aluguel, seguros de saúde e reajustes de tarifas públicas.

Formado por três índices também produzidos pela FGV: IPA-M (Índice de Preços por Atacado – Mercado), IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado) e INCC (Índice Nacional da Construção Civil).

IPC-FIPE

Índice de Preços ao Consumidor – FIPE

Calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE.

Este índice mede a variação de preços no Município de São Paulo.

Aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda entre 1 e 10 salários-mínimos.

 

Inflação pessoal

Vamos falar um pouco sobre o seu índice de inflação?

A inflação oficial do País nem sempre será a sua inflação oficial, pois o IPCA é uma aproximação da cesta da maioria das famílias.

Nem todos consomem os mesmos produtos e, além disso, regiões diferentes podem ter preços diferentes para cada item.

Dessa forma, o índice de inflação de cada pessoa pode ser maior ou menor do que o IPCA.

Você também pode calcular o “seu IPCA” pessoal. Como?

Com base em uma contabilidade pessoal, onde você pode classificar suas despesas mês a mês, comparar os gastos e saber seu próprio índice de inflação.

E por que fazer isso?

O seu índice de inflação pessoal pode ser usado para várias questões:

  • Saber onde você pode economizar, trocando um item de consumo por outro (quando possível, claro!);
  • Estabelecer metas de consumo para supermercado, gasolina, energia elétrica, lazer, entre outros;
  • Buscar boas taxas de juros para as suas aplicações.

 

Poder de compra

Cada um sabe “onde seus botões apertam” e com base em seus controles pessoais, pode traçar suas metas.

Levando como base a variação dos seus ganhos de um ano para outro, podemos observar a relação com o IPCA.

Se essa variação é menor do que o IPCA, significa que você está perdendo seu poder de compra, o que pode gerar um problema na renda familiar.

Já o contrário, pode indicar que você aumentou seu poder de compra. O que não significa que seja necessário gastar mais, mas sim, optar em poupar ou investir em algo.

Lembrando aqui, que estes conceitos de inflação pessoal valem para você (pessoa física) e para sua empresa (pessoa jurídica).

 

Inflação hoje

Segundo dados do IBGE, o IPCA é divulgado desde 1980.

O Brasil teve períodos complicados de hiperinflação.

Entre os anos de 1990 e 1994 a inflação média anual foi de 764%. E teve um pico de 2708,55% no ano de 1993.

Segundo o IBGE, a maior variação do IPCA em um único mês, foi em março de 1990, quando a inflação atingiu 82,39%.

Quem viveu esse período deve lembrar que fazia suas compras pela manhã, pois o poder compra já não era o mesmo na parte da tarde.

Após a implantação do Plano Real, tivemos um momento de deflação, pois em agosto de 1998, o índice IPCA foi de -0,51%.

O IPCA no mês de março de 2022 foi de 1,62%, enquanto nos 12 meses acumulados foi de 11,3%. Já o INPC, também no mês de março, foi apurado em 1,71%.

O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou alguns índices de inflação por faixa de renda:

Em março, o Indicador IPEA de Inflação por Faixa de Renda registrou taxas de inflação variando entre 1,24% para as famílias pertencentes aos extratos de renda mais alta e 1,74% no segmento de renda mais baixa.

No acumulado no ano até março, a inflação varia entre 2,68% para o segmento de renda alta e 3,40% para o segmento de renda muito baixa.

No acumulado em 12 meses, a inflação varia entre 10% para as famílias de renda mais alta e 12% para as famílias de renda mais baixa​.

 

Causas da inflação

Diferentes razões levam ao aumento da inflação.

Conceitualmente, temos quatro grupos que ocasionam inflação:

  • Aumento de demanda;
  • Aumento dos custos de produção;
  • Inércia e expectativa;
  • Emissão de moeda.

A inflação por demanda se refere ao aumento de preços que se observa quando há mais demanda do que oferta.

Uma inflação de custos ocorre quando os insumos necessários para produção de bens e serviços ficam mais caros. Aqui os custos de produção são repassados ao consumidor final. Exemplos: as altas nos preços de energia e combustíveis.

A inflação inercial tem a ver com a crença do mercado em relação a possíveis aumentos. Ou seja, ela resulta do impacto psicológico de tendências inflacionárias de períodos anteriores.

No fim das contas, a inflação inercial nada mais é do que a preocupação com períodos de inflação por demanda e de custos. A economia vai “se acostumando” com a inflação e começa a praticar aumentos nos preços. Uma coisa vai levando à outra e tem-se inflação.

O governo também pode ser um agente influenciador do aumento da inflação.

Gastos maiores do que a arrecadação pode levar à necessidade de “imprimir” dinheiro. A emissão de papel-moeda para balancear as contas aumenta o volume de dinheiro em circulação. Porém, esse dinheiro não está associado com a produção de riqueza. E assim, tendo mais dinheiro do que oferta de produtos e serviços, os preços aumentam.

 

Consequências da inflação

Já mencionamos que a inflação leva à desvalorização da moeda e a alta de preços de bens e serviços. Essas são as primeiras consequências de períodos de inflação.

Mas há outros prejuízos causados pela inflação:

 

Alta do dólar e elevação dos preços em importações

Quando a moeda do país perde o valor, o dólar, que é uma moeda usada no mundo inteiro, acaba sendo valorizado. Isso leva a uma elevação do preço dos produtos importados, alimentando os índices de inflação.

 

Queda de investimentos internacionais

Inflação alta denota uma economia frágil. Economia frágil afasta investimentos internacionais, principalmente aqueles de médio e longo prazos.

 

Baixos investimentos na produção

O investimento interno também é prejudicado, pois as empresas vão preferir investir em aplicações bancárias onde há correção monetária e proteção do capital perante a instabilidade do mercado financeiro.

 

Aumento da taxa de juros

A contenção da inflação é feita através do aumento da taxa de juros.

A ideia é elevar os juros para que as pessoas reduzam o consumo, obrigando o mercado a baixar os preços.

Mas, com isso, as vendas de bens duráveis como imóveis, automóveis e produtos eletrônicos, acaba ficando prejudicada, levando a uma diminuição dos investimentos no setor produtivo.

 

Deflação

O sentido oposto da inflação é chamado de deflação.

O objetivo dos sistemas econômicos é manter um ambiente de baixa inflação de forma que os preços não declinem, mantendo-se estáveis.

Quando há uma queda muito grande de preços, levando a um período de deflação, pode haver prejuízos para as empresas, pois elas ganharão menos no futuro em comparação ao que pagaram no passado.

Sempre que há regressão nos preços, pode haver adiamento nas decisões de investimentos e consumo, o que diminui a atividade econômica de uma forma geral.

Assim, podemos entender que a inflação não é algo ruim, pois o seu oposto também traz prejuízos à economia.

Inflação controlada é um sinal de economia aquecida e crescendo de forma saudável.

Atualmente, no Brasil, há uma meta anual de inflação. Essa meta tem por objetivo dar segurança para a economia, garantindo que o crescimento do País siga em frente e os preços estejam controlados.

 

Os principais impactos da inflação em nossa vida

Entre os principais impactos da inflação, podemos citar o efeito dela nas empresas, nos investimentos e na dívida pública.

Analisamos os números de dez anos atrás comparando com dados atuais para identificar como foi a inflação no período.. é impressionante.

Acesse o comparativo neste outro material aqui: Inflação: principais impactos dela na nossa vida

 




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