CDB: como investir

CDB: o que é, como investir, quanto rende, qual o valor mínimo para investir, como funciona a liquidez, quanto custa um CDB, qual a tributação envolvida e quais as vantagens e riscos ao aplicar.

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CDB: o que é?

CDB significa Certificado de Depósito Bancário. E, em poucas palavras, é um tipo de investimento de renda fixa.

Um CDB está para um banco, como o Tesouro Direto está para o Governo Federal e as Debêntures estão para as empresas privadas.

Aqueles que investem em Tesouro Direto está emprestando dinheiro para o Governo e, por consequência, ajudando a máquina pública girar.

Nas Debêntures, a pessoa empresta dinheiro para grandes empresas. Com isso elas tem subsídios para realizar seus projetos.

E o CDB?

O CDB é a mesma ideia, porém relacionado aos bancos. A pessoa que compra um CDB está emprestando dinheiro ao banco.

Os bancos captam dinheiro através dos CDBs para realizar suas atividades de crédito, tais como, emprestar dinheiro para outras pessoas. Em troca disso, oferecem uma remuneração na forma de juros àqueles que investem.

Cerca de um terço do volume captado pelos bancos é recolhido ao Banco Central. Trata-se de um depósito compulsório que o Governo utiliza para controlar o montante em circulação na economia.

 

Como investir num CDB?

Qualquer investimento precisa estar vinculado com alguma instituição. Essa instituição pode ser um banco, uma corretora de valores ou mesmo uma plataforma de investimentos.

O dinheiro a ser investido precisa ser depositado na instituição de crédito.

Então, o primeiro passo é ter uma conta corrente para que seja possível depositar o dinheiro que será usado para investir.

É mais comum as corretoras e plataformas de investimentos terem mais opções do que os bancos, pois elas concentram produtos de vários bancos em um único lugar.

Outro ponto importante é definir quais são os seus objetivos.

Você quer guardar o dinheiro por dez anos ou por seis meses?

Se o investimento for para um prazo mais longo, então a liquidez diária não será importante. Caso contrário, investimentos com liquidez diária ou muito curta são muito mais atrativos.

Por fim, dada a disponibilidade da instituição onde a conta foi aberta, é hora de escolher o produto.

 

Quanto rende um CDB?

A rentabilidade vai depender do tipo de CDB em que está sendo aplicado o dinheiro.

Os tipos mais comuns de CDB são:

CDB prefixado

No CDB prefixado o investidor consegue saber exatamente quanto irá ganhar quando chegar o vencimento.

Aqui a taxa de juros é determinada no momento da aplicação.

CDB pós-fixado

No pós-fixado haverá um indicador de referência para ser usado no cálculo da remuneração do CDB.

Mas o retorno em Reais não será possível saber de forma antecipada, visto que o retorno do investimento se dá conforme a variação do indicador utilizado.

O indicador mais utilizado para um CDB pós-fixado é o CDI, que vem a ser a principal referência de rentabilidade nos investimentos de renda fixa.

É muito comum a remuneração ser apresentada como um percentual do CDI.

Exemplo:

Se um CDB render 100% do CDI, o investidor irá ganhar o total que o CDI render durante o ano.

Da mesma forma, se o CDB informar que a renda será de 120% ou 90% do CDI, essa será a lógica para calcular o retorno do investimento.

CDB atrelado à inflação

Aqui é uma espécie de junção dos dois anteriores.

Este tipo de CDB oferece um percentual mínimo de retorno (prefixado), mais uma variação pós-fixada conforme a inflação medida pelo IPCA ou IGP-M.

Além dos três tipos que mencionamos, alguns bancos oferecem outros tipos de CDB.

Podemos citar aqui, um outro tipo oferecido, conhecido como “CDB progressivo”.

Na modalidade progressiva, o investidor terá maiores ganhos se deixar o dinheiro aplicado por mais tempo.

O CDB poderia, por exemplo, pagar 90% do CDI no primeiro ano, 100% no segundo, 110% no terceiro. Assim, o banco garante que terá recursos aplicados por mais tempo, enquanto o investidor consegue um ganho maior ao investir em um prazo médio ou longo.

 

Valor mínimo

O valor mínimo é uma das exigências que pode acontecer quando se aplica dinheiro em um CDB.

Duas são as variáveis que podem determinar o valor mínimo a ser aplicado em um determinado CDB.

A primeira delas é o nível de risco que ela oferece. Em geral, quanto maior o risco, maior o retorno. Mas ao adquirir um CDB de alto risco, você deve verificar se o seu perfil de investidor se encaixa naquela operação.

A outra variável é o potencial de retorno do CDB.

Grandes bancos oferecem CDBs com baixos valores de aplicação inicial, o que costuma oferecer uma remuneração pequena também.

Ao procurar CDBs nas corretoras de valores é possível achar variações entre valor baixo e melhor remuneração. Isso se deve ao fato de que uma corretora tem títulos de diversos bancos em seu portifólio, dando oportunidade aos mais diversos perfis de investidores.

 

Liquidez

Todo CDB tem um vencimento.

Os vencimentos são bem distintos. Eles podem ser de curto prazo (de seis meses a um ano) e CDBs mais longos com prazos de dois, cinco ou mais anos.

Dessa forma, todas as condições, inclusive a remuneração, serão garantidas até uma determinada data, quando o valor aplicado e mais a remuneração, voltam para as mãos do investidor.

Quando o CDB prevê sua liquidez no vencimento, o investir não poderá resgatar seu dinheiro antes do prazo estabelecido na negociação.

Ao mesmo tempo que têm uma data, muitos CDBs oferecem liquidez diária. Com isso, os de liquidez diária podem ser resgatados a qualquer momento, não necessitando aguardar a data de vencimento.

Outra questão importante aqui é verificar se há carência. Mesmo nos de liquidez diária, pode haver um prazo mínimo de resgate. Exemplo: se um CDB tem liquidez diária e carência de seis meses, o resgate poderá ser feito a qualquer momento após o período da carência.

É normal um CDB ter uma remuneração maior quando a liquidez é no vencimento. Liquidez diária geralmente oferece uma rentabilidade menor.

 

E se o investidor precisar do dinheiro antes do prazo?

Dado que um CDB tem um vencimento e não permite o resgate antes do prazo, a alternativa será negociar o CDB em um mercado secundário.

O título pode ser vendido diretamente a outros investidores.

O preço será o de mercado, podendo ser superior ou inferior àquele que foi pago no momento da negociação.

Esse tipo de transação não vai ser garantia de que a remuneração será a mesma acertada no início.

 

Quanto custa um CDB?

Diferente dos fundos de investimento, um CDB não tem taxa de administração.

Mas algumas corretoras cobram taxa de corretagem ou custódia para negociar esses títulos. Por outro lado, muitas já isentam os investidores dessas taxas.

Mesmo CDB, rentabilidade diferente

Um mesmo CDB pode oferecer rentabilidade diferente. Isso ocorre quando ele é vendido em plataformas de investimento diferentes.

Por quê? O motivo é que as corretoras e plataformas funcionam como supermercados de produtos financeiros. Você escolhe o produto numa “prateleira” e o supermercado tem sua rentabilidade embutida no produto.

Algumas corretoras ganham um pouco mais, outras um pouco menos.

E isso vai se refletir na rentabilidade do CDB.

 

Tributação

A tributação de um CDB segue o mesmo padrão dos fundos de investimento de renda fixa.

O Imposto de Renda segue uma tabela regressiva. As alíquotas vão diminuindo conforme o tempo que a aplicação é mantida.

Veja a tabela:

Até 180 dias de aplicação

22,5%

Entre 180 e 360 dias

20%

Entre 361 e 720 dias

17,5%

Acima de 720 dias

15%

O IOF também é cobrado. Porém, ele só incide nas aplicações que são resgatadas num prazo de até 30 dias.

A alíquota vai variar entre 96% e 0%, dependendo do tempo que o investimento for mantido:

Dias

Alíquota

Dias

Alíquota

Dias

Alíquota

Dias

Alíquota

Dias

Alíquota

1

96%

7

76%

13

56%

19

36%

25

16%

2

93%

8

73%

14

53%

20

33%

26

13%

3

90%

9

70%

15

50%

21

30%

27

10%

4

86%

10

66%

16

46%

22

26%

28

6%

5

83%

11

63%

17

43%

23

23%

29

3%

6

80%

12

60%

18

40%

24

20%

30

0%

 

Vantagens e riscos ao aplicar em um CDB

 

Vantagens

Os CDBs são considerados como investimentos simples e populares.

Por isso, a grande maioria dos bancos oferece esse produto aos clientes. Corretoras e plataformas de investimento dispõem de uma grande variedade de alternativas também.

Uma questão vantajosa do CDB é que ele, diferente dos fundos de investimentos está coberto pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

Mas é importante lembrar aqui que o FGC tem uma limitação de R$ 250 mil por CPF. Se o investidor tiver outras aplicações no Banco (CDB mais conta corrente, por exemplo), caso a instituição apresente algum problema, o FGC irá segurar até R$ 250 mil de todas as aplicações juntas.

 

Riscos

Antes de tomar a decisão de aplicar em um CDB é importante ver qual a sua rentabilidade.

Títulos públicos como Tesouro Selic tem seu rendimento atrelado a Taxa Selic que, por sua vez, acompanha o CDI. A liquidez dos títulos públicos é diária.

Para que um CDB se torne vantajoso, ele precisa ter um retorno igual o superior a 100% do CDI.

Há muitas opções de CDB com liquidez diária. Isso é bom para quem precisa do dinheiro antes do vencimento.

Porém, papéis que oferecem essa “vantagem”, têm o risco de não terem uma remuneração interessante.

Sendo assim, é importante entender quando será necessário resgatar a aplicação para saber se o CDB será vantajoso.

Citamos como vantagem o CDB estar coberto pelo FGC. Mas, o principal risco do CDB é de a instituição que emitiu o CDB dar um calote nos investidores. Por isso, é importante pesquisar o quão sólida a instituição financeira é, antes de aplicar o seu dinheiro.

E como averiguar a credibilidade da empresa na qual estamos comprando um CDB?

Para isso pode-se buscar agências de classificação de risco. Essas agências são independentes e conseguem atribuir uma nota (conhecida como rating) para os governos, empresas ou papéis como os CDBs.

As três principais agências globais de classificação de risco são:

  • Fitch Ratings;
  • Moody’s, e
  • S&P Global Ratings.

Um rating é mostrado na forma de letras. A escala vai de “AAA” (mais alto) até “D” (mais baixo).

Quando mais alto, menor o risco. Quando mais baixo, maior a vulnerabilidade e o risco de não pagamento.

 

CDB para formação de reserva de emergência

O que é melhor para a formação de uma reserva de emergência?

Não há uma resposta exata para essa pergunta.

Se o CDB pagar uma taxa igual ou superior ao CDI ele será uma boa opção, aí a rentabilidade pode ser justificada.

Se o CDB tem liquidez diária, ele poderá ser interessante. Mas como mencionamos antes, o resgate de um CDB antes do vencimento pode prejudicar todo o rendimento que ele oferece.

Vimos que os CDBs são protegidos pelo FGC, mas até o limite de R$ 250 mil por CPF. O fato de ser protegido pelo FGC pode dar a segurança ao investidor.

Mas em um caso de calote da instituição, em quanto tempo esse dinheiro pode ser recuperado? O prazo, segundo dados do FGC, pode levar até três meses.

Daí a importância de verificar o rating do CDB antes se jogar neste mar.

Uma reserva de emergência deve ser sustentada em três pilares: liquidez, segurança e rentabilidade.

Assim, somente a análise desses três fatores é que mostrará as vantagens e desvantagens de se colocar a reserva de emergência em CDBs.

 




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