Bolsa de valores: como investir

Bolsa de valores: o que é, como funciona o mercado de ações, quais as empresas negociadas na bolsa, quem são os investidores, mercado primário e secundário, tipos de ações e de ativos.

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Se você chegou até aqui é porque está procurando alguma informação sobre como investir na Bolsa de Valores.

Explicar o essencial sobre a BV é o nosso objetivo neste momento. Porém, caso você esteja iniciando no mundo dos investimentos, sugerimos que você leia antes outros materiais que escrevemos.

Veja este material aqui sobre como começar: Investimentos: por onde começar?

Outro post que escrevemos a respeito de investimentos é este aqui: Investimento: onde deve ser realizado na gestão de empresas?, onde sugerimos alguns caminhos para que você invista na sua empresa.

Além desses, você também pode ver aqui sobre Criptomoedas e aqui sobre Fundos de Investimentos.

O investimento na bolsa pode ser algo rentável. Mas o investidor precisa ter paciência e constância.

A paciência é requirida porque não existe dinheiro fácil no mercado financeiro. Ganhos relevantes vêm com o tempo, com base nos juros compostos.

E a constância é fundamental para que o investidor não caia no erro de investir só de vez em quando.

A Bolsa de Valores não é um lugar apenas para multimilionários. Atualmente, há investimentos para todos os perfis de investidores.

Resumidamente, aqui estão as quatro coisas que uma pessoa deve fazer para investir na Bolsa de valores:

  • 1. Abrir uma conta em uma corretora;
  • 2. Transferir um valor para essa corretora;
  • 3. Escolher as ações nas quais deseja investir, diversificando seus papéis;
  • 4. Investir e monitorar seus investimentos.

Agora vamos aos detalhes desse “mundo paralelo” da Bolsa de Valores.

 

Mercado de ações

Uma ação representa a menor parcela do capital de uma empresa.

O valor dessa parcela leva em conta uma série de fatores. Dentre eles temos aspectos relativos ao balanço das empresas (patrimônio e resultados) e, também, perspectivas de negócios para o futuro.

Toda pessoa que compra uma ação passa a ser sócia da empresa na qual a ação foi negociada.

Por se tornar sócia, essa pessoa terá direitos e deveres de um sócio.

Uma das grandes vantagens de ser acionista de uma empresa é o benefício dos ganhos.

Se a empresa tem lucro, parte desse lucro é distribuído aos sócios. Cada sócio tem os ganhos proporcionais ao número de ações que tiver.

Quando as ações se valorizam, além da distribuição dos lucros, o sócio também tem seus papéis (ações) valorizadas. Isso faz com que seu patrimônio aumente.

É importante ter em mente que sendo acionista, a pessoa vai se beneficiar de parte dos resultados que a empresa obtiver ao longo do tempo. Mas numa situação em que a empresa tenha problemas e as ações tenham seu valor em queda, haverá prejuízo.

Tudo vai depender do setor de atuação de cada empresa, as perspectivas daquele setor e, de modo geral, como a economia do país estão andando.

 

Bolsa de Valores

É na Bolsa de Valores que ocorrem as compras e vendas de ações.

Este é o local onde quem deseja vender seus papéis vai encontrar aqueles que querem comprar.

Há várias bolsas de valores espalhadas pelo mundo. As principais, fora do Brasil, são as seguintes:

NYSE

New Your Stock Exchange

Fundada em 1792.

Conhecida como Bolsa de Nova York, fica localizada no Centro Financeiro de Wall Street.

Aqui figuram empresas como a Coca Cola, JP Morgan, Walmart e Disney.

NASDAQ

National Association of Securities Dealers Automated Quotations

Fundada em 1971.

Tem uma alta concentração de empresas de tecnologia.

Alguns exemplos de empresas que estão listadas na NASDAQ: Apple, Microsoft, Amazon, Google, Meta, Intel e XP.

LSE

London Stock Exchange

Fundada em 1801.

É considerada um dos maiores centros financeiros da Europa.

British American Tobacco, Royal Dutch Shell, Anglo American e HSBC Holdings são algumas das principais empresas listadas na Bolsa de Londres.

TSE

Tokyo Stock Exchange

Fundada em 1878.

Uma das mais importantes bolsas de valores do mundo.

Empresas como Bridgestone, Panasonic, Toyota, Honda e Nissan estão listadas na TSE.

SSE

Shanghai Stock Exchange

Fundada em 1990.

Esta é a Bolsa de Valores da China

Ela tem listadas algumas grandes empresas de lá, como a Kweichow Moutai, China Life, Bank of China e PetroChina.

HKEX

Hong Kong Stock Exchange

Fundada em 1891.

Esta é a Bolsa de Hong Kong, importante no mercado asiático.

Algumas empresas listadas aqui: Bank of China, China Construction Bank, Industrial and Commercial Bank of China, PetroChina, Xiaomi, Alibaba e Lenovo.

A Bolsa de Valores no Brasil tem sua infraestrutura gerida por uma empresa chamada B3.

O nome B3 significa “Brasil, Bolsa, Balcão”.

Ela é o resultado da fusão entre a BM&F, Bovespa e a Cetip. Estas três empresas eram gigantes e impactavam de forma significativa no mercado financeiro.

É a partir da infraestrutura gerida pela B3 que se investe na Bolsa de Valores no Brasil.

Lá acontece o desenvolvimento, implantação e fornecimento de sistemas para negociação de ações, títulos de renda fixa, títulos públicos federais, derivativos financeiros e de ações, moedas e commodities agropecuárias.

Na plataforma de negócios da B3 ocorre:

  • A listagem das ações e outros ativos
  • Registro, compensação e liquidação das compras e vendas feitas pelos investidores;
  • Divulgação de informações do mercado.

Uma das características mais importantes da plataforma é a possibilidade do investidor se desfazer das ações quando precisa ou quando quer. Isso dá liquidez ao mercado, ajudando e estimulando as pessoas a comprar e vender ações.

 

Regulação

A compra e venda de ações são reguladas por algumas entidades.

A principal entidade reguladora é a CVM: Comissão de Valores Mobiliários, que vem a ser uma autarquia do Governo Federal. Ela atua disciplinando, fiscalizando e desenvolvendo o mercado de valores mobiliários no Brasil.

A CVM protege os investidores contra irregularidades, atos ilegais tanto de administradores quanto de acionistas das empresas e, também, contra o uso de informações privilegiadas que não são divulgadas a todo o mercado.

Além da CVM, outra entidade que atua na regulação do mercado é a BSM Supervisão de Mercados. Essa empresa é integrante da B3, e foi criada para fiscalizar os mercados administrados pela própria bolsa.

A BSM administra o MRP (Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos), que devolve aos investidores até R$ 120 mil por perdas que as corretoras, distribuidoras e agentes autônomos venham a causar.

 

Intermediação

Nenhum investidor pode negociar ações direto no pregão da B3.

Para comprar e vender ações é necessário um intermediário como, por exemplo, uma corretora de valores.

Uma corretora é uma instituição financeira que realiza ordens de compra e venda de ativos.

Não são apenas as corretoras que exercem a função de intermediação. Desde 2009 as distribuidoras também podem operar no mercado.

Tanto corretoras, quanto distribuidoras, oferecem vários serviços aos investidores: suporte, ensino, dados de mercado, relatórios de recomendação de ações, sistemas de análises de ações, repasse dos dividendos entre outros.

 

Quais são as empresas negociadas na Bolsa de Valores?

As empresas que têm papéis a serem negociados na Bolsa de Valores são aquelas que tem seu capital aberto.

Essas empresas emitem ações como forma de levantar recursos para financiar grandes investimentos, realizar projetos de expansão ou ganhar mercado.

Há inúmeras exigências para que uma empresa possa abrir seu capital e entrar na Bolsa de Valores.

Elas precisam ser muito transparentes nas informações financeiras, além de dar condições igualitárias de participação àqueles que desejam investir.

 

E quem são os investidores?

Há três tipos de investidores: individuais, institucionais e estrangeiros.

Os investidores individuais são as pessoas físicas que compram ações com o objetivo de ganhos financeiros através dos resultados positivos que as empresas venham a ter.

Os investidores institucionais são uma outra categoria. Estes estão nos fundos de pensão e fundos de investimento. Esta categoria movimenta um volume grande de ações em cada operação, pois tem um patrimônio elevado para investir.

Pessoas que residem em outro país são os chamados investidores estrangeiros. Estes investem em ações dentro do país e, com isso, trazem dinheiro que será aplicado no Brasil.

Cada um tem objetivos, volumes e prazos específicos para realizar seus investimentos.

 

Mercado Primário X Mercado secundário

Uma ação vendida pela primeira vez fará parte do mercado primário. Isso corre quando a empresa emite a ação e faz a venda diretamente ao investidor.

Um exemplo clássico de Mercado Primário são as IPO (Initial Public Offering = Oferta Pública Inicial).

Sempre que vemos falar em um IPO, devemos entender que se trata de uma empresa que vai estrear no mercado de ações.

Outro caso de Mercado Primário está no chamado follow-on. Este representa a empresa que faz uma nova emissão de ações, sendo que ela já está presente no pregão.

O Mercado secundário é aquele mercado onde as ações já estão nas mãos dos investidores e, por algum motivo, ele deseja vender suas ações.

 

Liquidez do Patrimônio

Como explicamos no tópico anterior, nem toda venda de ações é relativa à novos papéis. Ou seja, as empresas não emitem novas ações a todo momento.

Há ações que já estão no mercado. Elas são compradas e vendidas toda hora.

Quando um investidor resolve se desfazer de suas ações, ele as coloca à venda na Bolsa de Valores. Ao achar um comprador, consegue transformar suas ações em dinheiro, garantindo assim a liquidez do seu patrimônio.

 

Proventos

Os resultados obtidos por uma empresa são divididos através dos proventos.

Quando ocorre lucro, é muito provável que a empresa faça a distribuição destes lucros. Isso é feito caso o dinheiro não for necessário para outras finalidades, tais como, investir no próprio crescimento.

Listamos a seguir os tipos de proventos mais comuns.

 

Dividendos

Parcela do lucro líquido de uma empresa que é compartilhada com os acionistas.

 

Juros Sobre Capital Próprio

Esta é uma alternativa para as empresas distribuírem os ganhos aos acionistas.

A diferença entre os JCP e os dividendos é contábil.

Enquanto os dividendos são parte do lucro líquido apurado, os JCP entram antes do balanço como uma despesa da companhia.

Isso traz uma vantagem para a empresa, pois essa despesa adicional vai reduzir o lucro líquido no final, não incidindo tanto Imposto de Renda para a empresa.

Para o investidor é o inverso.

Os dividendos são isentos de IR, pois já foram tributados no balanço da empresa. E o valor referente aos JCP terão tributação de IR quando chegarem ao investidor.

 

Bonificação

Uma bonificação refere-se a benefícios esporádicos pagos aos investidores

Uma empresa pode destinar parte dos ganhos para uma conta específica de reservas. Estas, em um momento propício, podem ser distribuídas aos acionistas na forma de bonificações.

 

Bônus de subscrição

São títulos emitidos pelas companhias para os acionistas dando-lhes o direito de subscrever novas ações.

Trata-se de uma vantagem adicional, sem custo, a quem participou de uma emissão de ações feita pela empresa.

 

Ativos negociados na bolsa

A Bolsa de Valores dispõe de muitos ativos diferentes. Eles vão desde ativos de renda variável até os ativos de renda fixa.

Estas são as opções mais populares:

Compra direta de ações

Ações são os ativos mais clássicos e conhecidos da Bolsa de Valores.

Opções de ações

Opções representam o direito de comprar ou vender uma ação por um preço fixo no futuro.

Aquele que compra uma ação tem o direito de vendê-la conforme o preço acordado na data que foi estabelecida.

Mas o investidor não é obrigado a fazer isso, e pode deixar a opção vencer se isso for conveniente.

Fundos de investimento

Na Bolsa de Valores são negociadas cotas de fundos de investimentos.

Falamos especificamente sobre esses fundos aqui [LINK DO POST “Fundos de Investimento – Como Funcionam”]

Fundos de índices (ETF)

ETF é a sigla para Exchange Traded Funds.

São fundos referenciados.

Eles replicam uma carteira através de um índice de referência que pode ser tanto de renda variável, quanto de renda fixa.

Fundos Imobiliários (FII)

FIIs são participações em ativos imobiliários.

A renda se dá ao longo dos meses, onde normalmente o investidor ganha através da locação dos imóveis.

Os fundos imobiliários, através dos aluguéis, pagam suas despesas e distribuem os resultados líquidos mensalmente aos seus cotistas.

 

Tipos de ações

Ações são classificadas em grupos, veja:

Ações ordinárias

Este tipo de ação garante ao investidor o direito ao voto nas assembleias de acionistas.

Cada ação ordinária representa um voto.

Se um investidor tiver mais da metade dos papéis ordinários, ele será o sócio majoritário da empresa e, por isso, vai deter o controle administrativo dela.

Ações preferenciais

Estas não dão direito ao voto, mas asseguram vantagem como a prioridade na distribuição dos dividendos.

É comum oferecerem pelo menos 10% a mais no valor dos dividendos.

Units

Estas não são ações. São conjuntos formados por ações ordinárias e preferenciais.

Blue chips

Em uma analogia às fichas azuis do pôquer, são as ações mais valiosas.

São ações de empresas de grande porte, bem estabelecidas, e que tem grandes resultados no longo prazo.

Small caps

São ações de empresas com baixo valor de mercado e liquidez restrita.

O volume de compra e venda destas ações na Bolsa de Valores é pequeno.

Apresentam oscilações bruscas em seus valores e, ao mesmo tempo, podem apresentar grandes potenciais de valorização no longo prazo.

 

Códigos dos ativos

Normalmente, quando olhamos para os nomes das ações que estão a venda, vemos apenas um código.

O código de identificação de cada ação listada na B3 é composto por quatro letras e um número.

As letras referem-se ao nome da empresa. O número representa o papel que a ação representa.

Veja alguns exemplos de empresas listadas atualmente na B3.
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PETR = Petrobrás
VALE = Vale
BBAS = Banco do Brasil
BBDC = Bradesco
WEGE = Weg
MGLU = Magazine Luíza
ABEV = Ambev
ITUB = Itaú Unibanco

Depois das letras, temos um número. Veja:

Código

Tipo de ação

1

Direito de subscrição de uma ação ordinária

2

Direito de subscrição de uma ação preferencial

3

Ação Ordinária

4

Ação Preferencial

5

Ação Preferencial – Classe A (PNA)

6

Ação Preferencial – Classe B (PNB)

7

Ação Preferencial – Classe C (PNC)

8

Ação Preferencial – Classe D (PND)

9

Recibo de subscrição sobre ações ordinárias

10

Recibo de subscrição sobre ações preferenciais

11

BDRs e Units

Há também códigos de ações que terminam com a letra F. Por exemplo: PETR4F (Ação Preferencial da Petrobrás, Fracionada).

Ações cujo nome finaliza com a letra F são aquelas negociadas de forma fracionada.

Normalmente as ações são vendidas em lotes de 100 em 100. Quando não há a letra F no final, você só poderá comprar um lote.

Mas quando há a letra F no final, será possível comprar frações desses lotes.

 




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