Agronegócio: o que é e como funciona

Agronegócio: como funciona, qual a relevância para o país, como funciona a gestão, o que se tem de tecnologia disponível e a questão do desmatamento.

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O que é agronegócio

O termo “Agronegócio” refere-se ao contexto da produção agropecuária.

O agronegócio contempla todos os serviços, técnicas e equipamentos que estão relacionados de forma direta ou indireta na agricultura e pecuária.

Há uma gama muito grande de serviços e produtos girando em torno do agronegócio. Nem tudo é específico do campo e na medida em que o agronegócio vai se modernizando, aumenta a dependência daquilo que é gerado nas indústrias que estão na cidade.

O agronegócio envolve três setores:

  • Setor primário: a agropecuária, raiz de tudo;
  • Setor secundário: as indústrias que criam as tecnologias e facilitam a transformação das matérias-primas produzidas no setor primário;
  • Setor terciário: o transporte da produção e a comercialização de tudo que advém do campo.

Mas podemos encontrar outras subdivisões:

  • Setor de insumos: responsável por todos os produtos e serviços utilizados na produção. Esse setor produz sementes, fertilizantes e pesticidas;
  • Setor de produção: é o setor primário;
  • Setor de processamento e transformação: aqui concentram-se as indústrias do setor secundário, transformando tudo em produtos, gerando os alimentos que estarão disponíveis nas prateleiras do supermercado;
  • Setor de distribuição e consumo: supermercados, atacados e distribuidores;
  • Setor de serviços de apoio: os serviços que auxiliam no bom funcionamento do mercado do agronegócio. Exemplos: serviços financeiros, seguros e consultoria.

Podemos dizer, então, que o agronegócio é todo um processo.

 

O setor produtivo

Podemos dizer que o agronegócio inicia pela produção em si? Não!

O processo inicia-se pela indústria e pelo comércio de insumos como fertilizantes e defensivos químicos, equipamentos, bancos e financeiras.

Depois é que temos a produção agropecuária propriamente dita.

A produção usa tanto tecnologias como biotecnologias, conseguindo assim alcançar grandes níveis de produtividade. Depois disso, passa por todos os demais setores que citamos.

O setor produtivo é representado pelos produtores rurais, sejam eles grandes, médios ou pequenos. Esses produtores podem ser pessoas físicas (fazendeiros ou pessoas do campo), bem como, pessoas jurídicas.

Dentre os principais produtos que o agronegócio gera temos: os alimentos, os biocombustíveis, os têxteis e a madeira.

 

Alimentos

O alimento é, sem dúvida, a principal função do agro.

Aqui temos desde os frigoríficos, usinas de beneficiamento de leite, indústrias de óleos, rações e produção de grãos.

 

Biocombustíveis

Este setor cultiva as plantas que serão transformadas em combustíveis orgânicos não fósseis.

Eles são produzidos através de biomassas, que vêm a ser a matéria-prima biológica da qual o combustível é fabricado.

Biocombustíveis podem ser produzidos a partir de cana-de-açúcar, mamona, soja, canola, babaçu, mandioca, milho, beterraba, algas e, também, de resíduos domésticos desde que tenham origem biológica.

 

Têxteis

Este ramo da agroindústria transforma bens agropecuários em vestuário, artigos de cama, mesa e banho, bens de decoração, além de insumos para a indústria de móveis e calçados.

Alguns itens muito conhecidos são o algodão, o linho e a lã.

 

Madeira

No agronegócio ainda há o cultivo de árvores que, por sua vez, serão transformadas em madeiras, celulose e produtos químicos que, depois, são usados na indústria moveleira, construção civil, papeleira ou, ainda, lenha para combustível.

 

Agronegócio no Brasil

O Brasil representa uma grande fatia do agronegócio mundial.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Brasil exportou US$ 159,09 bilhões em 2022, resultando em uma alta de 32% em relação ao ano anterior.

O setor tem gerado inúmeras vagas de emprego.

A agricultura familiar é a principal fonte de alimentos e renda para muitas pessoas de baixa renda ou que vivem na pobreza.

Mas é preciso que fique claro que há uma diferença entre agricultura familiar e o agronegócio.

Enquanto o agronegócio é feito em larga escala, utilizando técnicas e tecnologias para aumentar a produtividade, a agricultura familiar é realizada por famílias que tem no trabalho manual o principal componente, além do uso de métodos tradicionais e maquinário simples.

As propriedades ou fazendas familiares são menores em tamanho. Ao contrário do agro que costuma ser muito grande.

Os agricultores familiares vendem seus produtos diretamente aos consumidores. No mundo do agronegócio, as transações são feitas entre o produtor e os atacadistas ou indústria de alimentos.

Podemos dizer que o agro é um dos pilares da economia brasileira. E alia-se a ele toda a infraestrutura posterior à colheita ou criação dos animais para abate.

Segundo dados da EMBRAPA, estima-se que a área plantada no Brasil, no ano de 2022 foi de 73,7 milhões de hectares. Esse número foi 5,7% maior se comparado aos anos de 2020 e 2021.

A pesquisa ainda informa que houve incrementos na produção de soja e milho. E os principais produtos cultivados foram:

Cultivo

Toneladas produzidas (em milhões de toneladas)

Algodão

2,82

Arroz

10,6

Feijão

3,1

Milho

115,2

Soja

124,3

Há ainda as culturas de inverno que compreendem a aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale. Destes, o maior destaque é para o trigo, onde estima-se uma produção de 8,4 milhões de toneladas.

 

Gestão de agronegócio

O mercado agro é competitivo ao extremo e isso ocorre no mundo todo.

Há pressão em todos os países por destaque nessa área.

Grãos são produzidos no mundo todo, o que os transforma em commodities.

Para se manter competitivo o agro precisa ser eficiente nas atividades realizadas nas fazendas ou propriedades rurais. E para tanto, são necessários investimentos em novas tecnologias, bem como, melhores técnicas de fertilização e irrigação.

Preços mudam de forma constante, o que torna o planejamento bastante complicado.

Uma boa gestão do uso de recursos, equipamentos e pessoas resultará em resultados melhores.

Assim como outras áreas de negócio, visão estratégica e decisões eficientes são características que vão colaborar com a gestão do agro. Elas ajudam a empresa a ficar mais bem cotada no mercado, elevando seu valor e competitividade.

Veja alguns fatores que envolvem uma boa gestão e monitoramento:

  • a escolha de produtos e fornecedores;
  • os gastos com insumos e sua aplicação;
  • tempos de trabalho das equipes, bem como, dos equipamentos;
  • ter referências sobre produtividade na lavoura;
  • supervisão de datas e prazos;
  • planejamento de tarefas que serão desenvolvidas, bem como, as demandas a serem atendidas.

A implementação de um sistema de gestão pode vir a facilitar a gerência de um agronegócio.

É sabido que muitos produtores veem o uso de softwares ou planilhas como desnecessários. Mas indicadores de produtividade, e o monitoramento dos itens que citamos, podem ser mais rapidamente controlados e entendidos com a utilização dessas ferramentas.

Cabe apenas lembrar aqui que o pequeno produtor rural, mesmo que não adotando técnicas de gestão, precisa emitir notas fiscais quando houver entrada ou saída e produtos na propriedade. Veja este material onde explicamos sobre a nota fiscal de produtor rural: Nota fiscal produtor rural

 

Tecnologia no agronegócio

Por se tratar de um setor tão abrangente, que gera empregos e tem muita influência na economia e no desenvolvimento humano, é necessário entender que o setor do agronegócio tem ligação íntima com a inovação e a tecnologia.

Há muito investimento para aprimorar os processos na agricultura e pecuária.

sistemas de gestão completos e específicos para o agro. Eles auxiliam na automação de todas as operações do campo.

Estes sistemas, além de automatizarem processos com base na interação dos usuários, também utilizam inteligência artificial, gerando automatizações rápidas e lucrativas.

Qualquer setor da economia necessita analisar dados para que seja possível uma boa gestão e o processamento de dados no agronegócio, apesar de complexo, não é diferente.

A partir de redes instaladas no campo, monitora-se em tempo real tudo quanto é possível.

 

Na lavoura

A vistoria de plantações a partir de imagens captadas por drones ou em dados capturados por sensores espalhados no meio da roça fornece uma avaliação precisa no que tange a presença de pragas.

Cada sensor ajuda o produtor no sentido de aplicar defensivos agrícolas no momento certo, e em locais específicos, dando a possibilidade de um menor impacto ao meio ambiente.

 

Previsão meteorológica

Agricultores têm acesso às previsões de temperatura, vento, incidência de sol e chuva. Essas predições baseiam-se em sistemas que processam dados locais das propriedades.

A precisão dessas informações leva a uma confiança e segurança do produtor.

 

Veículos autônomos

Atualmente há protótipos de máquinas agrícolas que se autodirecionam nas propriedades rurais.

A Inteligência Artificial vem a permitir que estes veículos interrompam uma atividade em caso de chuva forte, saindo de um roteiro e indo para outro mais apropriado.

Tudo é acompanhado à distância através de um smartphone.

Os veículos não tripulados também podem dosar a quantidade de defensivos, sem interferência humana direta. Isso tudo é feito através de análise de padrões existentes em bancos de dados gigantescos.

A identificação de frutos maduros como café ou laranjas também podem ser feitas por veículos inteligentes, inclusive com descarte de frutos já apodrecidos ou com irregularidades.

 

Agronegócio e o desmatamento

Conforme o agronegócio se expande e se aprimora, o custo dos alimentos vai barateando.

Não entrando na discussão sobre se os produtos finais gerados pelo agro são classificados como “comida de verdade”, eles dão à população um maior poder de consumo e escolha.

Este consumo, por vezes desenfreado, traz problemas ligados às questões ambientais e sociais.

Os impactos ao meio ambiente são um grande desafio à produção agropecuária.

Plantações em áreas de preservação e próximas de reservas e parques ambientais são comuns. E esses cultivos, por sua vez, carregam o uso de agrotóxicos, desmatamento, empobrecimento do solo, queimadas, contaminação das águas, desequilíbrio ecológico e proliferação e pragas.

Na carona da expansão das áreas urbanas e suburbanas, temos o aumento da produção de lixo gerado após o consumo, principalmente pelo descarte de embalagens.

Este é um tema bastante delicado onde há uma grande discussão entre os “ruralistas” e os “ambientalistas”.

Expansões desordenadas de terras cultiváveis em todo o país levam as fronteiras agrícolas cada vez mais longe e diminuem a quantidade de áreas verdes e reservas ambientais.

 




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